sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Chacal - western spaguetti regado a sangue

A história do Chacal é uma daquelas confusões infernais que as editoras costumam fazer e que depois ninguém mais entende. Vamos por partes, como diria o próprio personagem ao ter dificuldade em carregar uma de suas vítimas...
A editora Vecchi, em 1980, publicou a HQ italiana Judas, que teve 16 números e foi republicada em 1989 pela editora Record. Tratava-se de um pistoleiro que trabalha para uma agência de investigação, que nutria ódio mortal (mortal mesmo!) pelos criminosos, recebendo deles seu apelido bíblico e nada lisonjeiro, ao abandonar a vida de bandido e perseguir impiedosamente qualquer infeliz que agisse fora da lei. Ao lançar essa série no Brasil, a Vecchi alterou o nome Judas, para Chacal, afim de dar continuidade à série após o esgotamento das edições da Sergio Bonelli Editore. Após o número 16, a Vecchi deu continuidade à série, mas com um personagem criado no Brasil pelo brasileiro Antônio Ribeiro e desenhado pelos artistas Jordi e Antônio Homobono Baliero. Esse novo Chacal era um caçador de recompensas homicida chamado Tony Carson, sem nenhuma relação com o tal Judas.
Se o "Chacal" italiano já era violento, o nosso era o diabo encarnado, uma verdadeira ode à brutalidade do velho oeste. Longe de ser um "mocinho", Carson era completamente amoral e sem limites. Para ele, bandidos eram mais fáceis de serem levados às autoridades quando estavam mortos e se possível aos pedaços.
Nessa violeta HQ não havia absolutamente nada dos supostos "bons valores americanos" e talvez seja isso que a torna tão real. Caçar criminosos brutalmente, torturar, matar e gastar o dinheiro das recompensas nos saloons e prostíbulos era uma rotina diária pra Carson, que era, afinal de contas, igual a tantos outros de sua época.
A Vecchi publicou O Chacal até o número 28 em 1982, ou seja 16 edições com Judas (da Bonelli) e mais 12 com Tony Carson. Anos mais tarde, ao trabalhar em tiras cômicas para jornais norte-americanos, Antônio Ribeiro assinava com o pseudônimo de Tony Carson, deixando claro a importância que o personagem teve em sua carreira.
Em 1993, a editora BLC republicou cinco dessas edições além de um especial com 160 páginas e a Nova Sampa republicou mais duas. Pra quem já está cansado de Tex, vale a pena procurar por essas HQs, mas o aviso está dado: Tony Carson é malvado mesmo!

3 comentários:

Desmanipulador disse...

bela materia sobre o chacal eu curtia muito ler as aventuras deste personagen que contava a dura vida no [oeste] americano e creio eu realmente a partir de quando o brasil continuou com a revista ficou muito mais real

Unknown disse...

EU QUERIA SIM É VER MAIS EXEMPLARES DO CHACAL! COMO É QUE FAÇO PRA ÍSSO?

Al Diolli disse...

Olha, pra comprar, tem sempre uns exemplares dando sopa nos sites d compra, agora, para download, aparentemente ninguém disponibilizou esse material ainda. Assim q eu encontrar algo, coloco o link aqui.